quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Quem foi esse homem?



   Esse homem foi quem promoveu o debate a respeito da importância da educação pública para a democracia, na década de 30. Anísio Teixeira, um brasileiro, autor de vários livros sobre educação, mas que não se limitou à teoria. Tendo uma visão ampla do tema, foi o idealizador dos Centros Integrados de Educação Pública (CIEPS), locais onde a experiência da educação integral iniciou-se no Brasil. Anísio acreditava que a escola deve educar e não apenas instruir, que não aprendemos somente ideias mas também atitudes, e que a relação entre aluno e professor deve ser baseada na liberdade, de caráter democrático e promover a confiança mútua. Por sua relevância no cenário educacional brasileiro, o instituto de pesquisa que chefiou na década de 50 agora leva seu nome -  Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
  O mesmo instituto terá como diretor, a partir do governo Bolsonaro, Murilo Resende Ferreira, Doutor em Economia pela FGV e aluno do curso de Filosofia online de Olavo de Carvalho, guru da direita brasileira que não concluiu o Ensino Fundamental. Além de não ter nenhuma experiência na área da educação pública, as declarações a respeito de professores e das escolas brasileiras dadas por Murilo são, no mínimo, polêmicas. Entre as ideias por ele difundidas, estão a de que os professores brasileiros não gostam de estudar, são manipuladores, ensinam “ideologia de gênero”, doutrinam os alunos. Também afirmou que os educadores estimulam o incesto, aborto e pedofilia. Em seu blog essas ideias eram defendidas, porém, assim que foi divulgado na imprensa e redes sociais, o mesmo foi deletado.
   Percebe-se o abismo que existe entre a trajetória de Anísio Teixeira e do novo diretor do INEP. Mais ainda, a diferença do discurso e daquilo que se entende por educação. O que o grande educador e pensador Anísio diria do contexto atual brasileiro? Imaginaria ele que um dia chegaríamos a tal realidade assustadora e que anuncia um retrocesso imenso? Infelizmente, a ignorância e o fanatismo deixarão marca indelével na história da educação pública brasileira.

2 comentários:

  1. Estão assassinando o ensino público no Brasil. Porém, primeiro, o objetivo será torturar e destruir com a imagem dos professores. Lastimável!

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