A Semana da
Pátria de 2018 ficará para a história. O museu brasileiro mais importante foi
reduzido a cinzas. O candidato líder nas intenções de voto para presidente
sofreu um atentado. As redes sociais fervilharam, acirrando ainda mais o embate
entre direita e esquerda.
Acompanhando
as postagens de amigos e conhecidos nas redes sociais e ouvindo comentários
aqui e acolá, percebo a dimensão da tragédia que vivemos. Uma tragédia muito
maior que o atentado e o incêndio. É a tragédia da ignorância.
Explico. Fica
evidente a falta de leitura e informação do nosso povo. A constatação não é minha: segundo pesquisas
recentes, apenas 8% das pessoas em idade produtiva são consideradas plenamente
capazes de entender e de se expressar por meio de números e letras. Quase 50% dos brasileiros não têm o hábito da
leitura. Se antes do Facebook ou Whatsapp as pessoas já liam pouco, agora é
pior: estão sujeitas a uma avalanche de textos, notícias, artigos de opinião
falsos, tendenciosos, que ajudam a espalhar o ódio e a intolerância, e que são
compartilhados massivamente sem que as pessoas se deem o trabalho de ler além
do título.
Ou seja,
estamos permanentemente expostos a muita informação ruim e falsa, fragmentos
dela, resultando numa visão distorcida da realidade. Em época de campanha
eleitoral, isso é muito sério. Para quem tem o hábito de ler, pesquisar, ir até
as fontes, o estrago é menor. Aqueles que não conseguem romper a bolha
ideológica ficam à mercê de um pensamento único, muitas vezes falso e nocivo.
Eu sugiro que
as pessoas leiam mais, principalmente em relação à política, às eleições. Mas
escapem um pouco das redes, naveguem de forma independente. A internet é muito
mais que redes sociais. Busquem as fontes, acessem argumentos contrários,
reflitam. E então formem sua própria opinião, repudiando falsidades, sendo
autênticos. Ajudem a diminuir a nossa maior tragédia.