Esta semana acompanhamos as consequências
terríveis da ação de terroristas em Paris. Foram três dias de muita tensão. A mídia
noticiou exaustivamente a ação da polícia, que culminou na morte dos radicais
dispostos a matar e morrer.
Como todos sabem, foram doze vítimas no ataque
ao jornal Charlie Hebdo na quarta-feira, entre eles jornalistas e policiais.
Sexta –feira algumas pessoas foram feitas
reféns num supermercado de comida judaica e quatro acabaram mortas pelo terrorista Amedy
Coulibaly.
A reação do mundo foi de repúdio à ação
dos terroristas islâmicos e também de demonstrações de solidariedade às vítimas
e seus familiares. Está prevista para domingo uma manifestação em Paris com a
presença de diversos líderes da Europa. É o momento em o mundo clama pela paz.
No entanto, ao mesmo tempo em que esses
acontecimentos se desenrolavam na França, centenas de pessoas eram massacradas
na Nigéria pelos também terroristas que acreditam ter licença para matar devido
a sua visão distorcida da fé. A cobertura da mídia foi bem mais modesta nesse
caso. Quase não há fotos e não se sabe ao certo quantas pessoas morreram. O que
se sabe é que provavelmente, desde o ano passado, o Boko Haram matou mais de
duas mil pessoas em alguns países africanos, além de sequestrar centenas de
meninas.
O que faz com que a morte de
jornalistas e policiais franceses, brancos, pareça ser mais grave que a morte
dessas milhares de pessoas africanas negras e pobres? E se o Boko Haram sequestrasse
cem meninas brancas americanas ou francesas, como seria a reação da mídia e da
comunidade internacional?
Enquanto o mundo para nesse domingo
para prestar solidariedade às vítimas francesas da intolerância e da crueldade,
outras centenas de vidas podem estar sendo tolhidas pela ação de terroristas.
Nosso descaso para com essa situação nos torna cúmplices desses malucos.
Afinal, nem eu nem você iremos às ruas protestar ou espalharemos no twitter
mensagens sobre elas. Somos todos Boko Haram.
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