sábado, 4 de junho de 2016

O filho que eu não tive

É  a noite completa, sem choro, resmungo ou lamento.
A roupinha que não comprei, os olhos que não conheci.
Perfume que não senti, cabelos que jamais tocarei.
O brinquedo que não escolhi, risada que não escutei.
É o silêncio pesado na tarde fria.
É a dúvida, o mistério, a vontade de conhecer...
De que cores gostaria? Como seriam seus desenhos? Sua primeira palavra? Sua voz, o formato da boca...
O filho que não tive é história incompleta, destino interrompido. É a incerteza da vida.

2 comentários:

  1. Chorei amiga... :( Muito lindo.
    Uma pessoa com sua sensibilidade não poderia tirar outra conclusão de uma dor, que não fosse poetica. Abraço!

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  2. Linda definição! Poeticamente dolorida...

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