A derrota brasileira para a Alemanha suscita inúmeros debates
na imprensa mundial. Apesar da fama de melhores do mundo, perdemos de forma
humilhante, em nossa própria casa. A derrota era um tanto perceptível,tendo em
vista o desempenho dos atletas brasileiros nos jogos anteriores.
Talvez tenhamos aprendido que uma Copa do Mundo não se ganha apenas com emoção, hino entoado
aos prantos, sorte ou “futebol arte” (se
é que isso ainda existe). Uma disputa de tal importância se ganha com
objetividade,organização, disciplina e planejamento.
Não deixa de ser tentador fazer uma analogia entre futebol e
educação, para comparar Brasil e Alemanha. Sabemos o quanto a nossa educação é
fraca,deficiente, insatisfatória. Apesar disso, seguimos otimistas, apostando
na boa vontade ou sorte, buscando motivações externas para mudar tal realidade
(assim como fez Felipão, motivando os jogadores,mas não agindo como um técnico
com objetivos e táticas eficientes). E os resultados pífios do Brasil
repetem-se, ano após ano, como podemos comprovar no teste de PISA – avaliação internacional
que mede a qualidade da educação em vários países. Nosso ex- ministro da
Educação, Fernando Haddad, chegou a afirmar, na época, diante dos índices
alarmantes demonstrados pelos estudantes brasileiros, que “A foto é
ruim, mas o filme é muito bom”. Isso para explicar que havia evolução, mesmo
que medíocre (isso não lembra as declarações de Felipão sobre nossa seleção nos
jogos da Copa 2014?) Ou seja, tá ruim, mas tá bom,né?
Pois bem. E os alemães? Em 2000,
os estudantes da Alemanha ficaram em 21º lugar entre 31 países no referido
teste, resultado não tão preocupante, porém encarado por eles como inaceitável.
E as medidas necessárias para avançar em educação devem ter sido tomadas, já
que no último teste o país ficou acima da média dos países da OCDE (12º em
Ciências, 16º em Matemática e 19º em Leitura). Devem ter feito algo parecido
com o que demonstraram em campo, não só contra o Brasil, mas combatendo as
demais seleções durante os jogos da Copa: determinação, objetividade,
disciplina, tática. Talvez o exemplo da Alemanha nesse mundial nos sirva de
lição, não apenas dentro de campo, mas também fora dele: nas escolas desse
nosso Brasil imenso que tanto necessita avançar.
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