As razões
pelas quais as pessoas tornam-se dependentes químicas, ou seja, viciadas em
drogas, lícitas ou ilícitas, movimentam inúmeros debates entre especialistas e
constituem tema de pesquisas frequentes.
São
diversos os motivos apontados para o uso de drogas: por curiosidade, para
adequar-se ao grupo de convívio, para aliviar as tensões do cotidiano (ou mesmo
fugir delas), para alterar as percepções...
Algumas
pessoas conseguem utilizar essas substâncias de forma controlada e por toda a
vida (seria o tal uso recreativo); já outras acabam escravas delas (os
dependentes químicos).
Em 2013 um estudo apontou que o Brasil
é o segundo maior consumidor mundial de cocaína e derivados, atrás apenas dos Estados
Unidos, de acordo com o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas
(Lenad), feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). São milhões de pessoas utilizando
essas substâncias, e o número aumenta a cada ano.
Diante desses dados preocupantes, não
seria conveniente estudar por que há pessoas que não utilizam drogas, que
dispensam totalmente até mesmo um simples drinque ou cervejinha no final de semana? O que há em comum nessa parcela
da população que não sente necessidade alguma de utilizar drogas, lícitas ou
ilícitas, ao longo de suas vidas?
Seriam essas pessoas mais
inteligentes e bem informadas? Creio que não. Informação é o que não nos falta:
são inúmeros os programas que alertam sobre os perigos e consequências dos vícios
em geral; nas escolas é de praxe que os alunos assistam a palestras sobre o
assunto, ano após ano. Apesar das informações e imagens contidas nas embalagens
de cigarros comuns, demonstrando as doenças causadas pelo fumo, os fumantes
veementemente ignoram tais alertas. Não é por falta de informação que milhares
de jovens experimentam drogas todos os dias. E de inteligência também: vejamos
o exemplo de Renato Russo, grande poeta, compositor, músico, professor de
Língua Inglesa, QI acima da média. Nada
disso livrou o artista do abuso do álcool e outras substâncias.
Quem sabe então a resposta estaria na
forma como essas pessoas, não adeptas às drogas, foram criadas? Seriam o
ambiente familiar e os valores ensinados pelos pais os responsáveis por tal “blindagem”?
Parece que não: há inúmeros casos de adictos que foram criados por famílias
amorosas, atenciosas, com valores morais e éticos presentes... Mesmo assim, em
algum momento de suas vidas, sentiram a necessidade de experimentar drogas.
Ao procurar dados sobre essa questão
na internet, acessei inúmeros sites que tentam responder por que as pessoas
usam drogas. Mas nenhum que explique o que está por trás do comportamento
oposto.
Acredito que um dos fatores que pode
afastar o ser humano das drogas é a autoestima elevada: quem está satisfeito
consigo mesmo tende a não buscar felicidade, fuga ou alteração dos sentidos;
não necessita de nenhum tipo de substância para distrair-se, preencher um vazio
existencial ou sentir-se melhor. Pessoas que se gostam tendem a cuidar da saúde
e da aparência, evitam comportamentos de risco e não condicionam a felicidade a
acontecimentos ou fatos externos. Bem que os estudiosos poderiam dedicar um tempinho
a esse tema e realizar pesquisas que tentem explicar por que as pessoas NÃO
usam drogas.
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